Série ‘Tremembé’ nega pagamento a criminosos e garante base legal em casos reais no Prime Video

Série “Tremembé”, do Prime Video, nega pagamento a criminosos e diz que uso das histórias é legal.

Ryan Davi

10/30/20251 min read

A produção da aguardada série “Tremembé”, do Prime Video, negou veementemente que qualquer criminoso retratado na trama tenha recebido dinheiro ou sido consultado durante o desenvolvimento da obra. A informação foi confirmada pela diretora Vera Egito, que classificou como “zero envolvimento” o contato com condenados cujas histórias inspiraram a produção.

Baseada em livros do jornalista Ulisses Campbell, a série dramatiza os casos de Suzane von Richthofen, Alexandre e Anna Carolina Jatobá e Elize Matsunaga, entre outros presos na penitenciária de Tremembé, conhecida como a “prisão dos famosos”. O elenco conta com Marina Ruy Barbosa, Bianca Comparato e Felipe Simas, e a obra é descrita pela equipe como ficcional, construída a partir de pesquisas, autos processuais e documentos públicos.

Tanto a direção quanto o Prime Video reforçaram que os criminosos não receberam qualquer compensação financeira e que o conteúdo está amparado legalmente. Especialistas em direito, como o professor Rodrigo Moraes, da Universidade Federal da Bahia, explicaram que processos penais públicos permitem adaptações sem autorização dos biografados. Segundo ele, obras baseadas em casos amplamente noticiados podem ser produzidas sem pagamento de royalties ou direitos de imagem aos envolvidos.

A advogada Nathalia Rocha acrescentou que a utilização de informações públicas não exige autorização, já que o material é de acesso coletivo. Moraes também alertou que exigir pagamento por biografias de criminosos seria uma forma de “censura privada”, algo proibido pela Constituição Federal de 1988.

Assim, a produção de Tremembé se apoia no caráter público dos processos e na relevância histórica dos casos para compor uma narrativa ficcional. A série busca explorar o aspecto humano e psicológico de crimes que marcaram o país, sem oferecer benefício algum aos condenados que inspiraram a história.