PF apreende R$ 90 mil em dinheiro vivo no carro do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar
Operação da PF apreende R$ 90,8 mil e celulares no carro de Rodrigo Bacellar, presidente da Alerj, preso em nova fase da investigação sobre vazamento de informações sigilosas. PGR citou risco de fuga e influência política.
Ryan Davi
12/3/20252 min read


Dinheiro e celulares foram encontrados durante ação que levou deputado à prisão
A Polícia Federal apreendeu R$ 90,8 mil em espécie no carro utilizado por Rodrigo Bacellar (União Brasil), presidente da Alerj, preso nesta quarta-feira (3) durante a operação Unha e Carne — desdobramento das investigações da Operação Zargun, que apura vazamento de informações sigilosas.
Além do dinheiro, três celulares foram recolhidos e serão analisados pela perícia técnica da PF.
PGR alegou risco de fuga e influência política
No pedido de prisão preventiva, a Procuradoria-Geral da República apontou “risco verossímil de fuga” e destacou a “situação financeira” do parlamentar como um dos fatores de preocupação, afirmando que sua liberdade poderia interferir na produção de provas.
A PGR também citou a “ampla influência” de Bacellar no governo estadual, justificando a necessidade da custódia para impedir ingerências na investigação.
Deputado é peça central em investigação que já derrubou outro parlamentar
Bacellar é apontado pela PF como responsável por orientar o ex-deputado TH Joias (MDB) a esvaziar sua casa um dia antes da operação que o prendeu, em setembro. TH Joias foi acusado de ligação direta com o Comando Vermelho, nomeações de comparsas na Alerj e intermediação no tráfico de drogas e armas.
A operação também atingiu delegados, policiais militares e outros agentes públicos do Rio de Janeiro.
Carreira política e possíveis impactos
Aliado do governador Cláudio Castro (PL), Bacellar é cotado para disputar o governo do Rio em 2026. Ele está em seu segundo mandato como presidente da Alerj, tendo sido reeleito com apoio unânime da Casa.
A Alerj informou, em nota, que não foi comunicada oficialmente sobre a operação e que só adotará medidas após ter acesso aos autos. O UOL tenta contato com a defesa do deputado.
Investigação aponta infiltração do crime organizado
Durante a fase anterior da investigação, o secretário de Polícia Civil do Rio, Felipe Curi, afirmou que o caso demonstra a “infiltração direta” do Comando Vermelho dentro da Alerj, ressaltando que parte dos mandatos teria sido usada para beneficiar a facção.
