Milhares de brasileiros têm nomes idênticos a doenças, revela IBGE; veja lista curiosa

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Um levantamento inusitado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que milhares de brasileiros foram registrados com nomes idênticos a doenças. O estudo, que analisou dados do Censo 2022 e dos registros civis nacionais, mostra a criatividade — e, em alguns casos, o gosto duvidoso — de muitos pais brasileiros ao nomear seus filhos.

De acordo com o levantamento, há pessoas batizadas com nomes como “Cólera”, “Sarampo”, “Febre”, “Tétano”, “Aids” e “Dengue”. Em alguns casos, esses nomes aparecem até repetidamente em diferentes estados, o que demonstra que o fenômeno não é isolado.

Segundo o IBGE, os registros podem estar relacionados a fatores históricos, culturais e até religiosos, uma vez que muitas famílias associavam certas palavras a momentos marcantes da época do nascimento — inclusive epidemias ou situações de superação.

⚕️ Nomes que surpreendem os pesquisadores

Entre os nomes mais curiosos encontrados estão:

• Cólera — 42 registros;

• Tétano — 17 pessoas;

• Sarampo — 26 brasileiros;

• Aids — 9 registros;

• Dengue — 11 pessoas;

• Febre — 5 registros.

O estudo também encontrou combinações mais elaboradas, como “Cólera de Jesus” e “Sarampo da Silva”, evidenciando que muitos nomes foram adaptados com sobrenomes tradicionais.

🧠 Contexto histórico e curiosidades

Especialistas em onomástica (o estudo dos nomes) explicam que esses registros têm raízes em períodos marcados por epidemias ou pela influência de noticiários da época. No século passado, por exemplo, nomes de doenças como “Cólera” e “Tétano” se popularizaram em comunidades rurais por conta da falta de informação sobre seus significados científicos.

Outros casos refletem o que os linguistas chamam de “nomes-evento” — ou seja, nomes escolhidos a partir de acontecimentos marcantes vividos pelos pais no momento do nascimento da criança.

“É um retrato curioso do Brasil profundo, onde a força da oralidade e da religiosidade popular se mistura com a história social”, explica Maria Regina Cunha, pesquisadora de cultura linguística da UFRJ.

👶 IBGE amplia estudo sobre nomes raros

O levantamento faz parte do projeto “Nomes do Brasil”, que tem como objetivo identificar a diversidade de nomes usados no país e compreender como fatores sociais, históricos e regionais influenciam as escolhas familiares.

O IBGE já havia divulgado listas com nomes exclusivos de uma única pessoa, como “Inveja”, “Sinceridade” e “Vitrola”. Agora, o foco foi voltado para nomes repetidos por pelo menos 20 brasileiros — revelando não apenas curiosidades, mas também aspectos socioculturais profundos da identidade nacional.

📊 Mais dados curiosos do Censo 2022

Além dos nomes de doenças, o IBGE também encontrou:

• 3.400 pessoas chamadas “Amor”;

• 210 chamadas “Esperança”;

• 77 chamadas “Guerra”;

• E 2 chamadas “Covid”, registradas durante a pandemia de 2020.

Os dados mostram como a realidade contemporânea se reflete nas certidões de nascimento, transformando o cotidiano em registro histórico.