Miguel Nicolelis alerta sobre os riscos da Inteligência Artificial para o cérebro humano

O neurocientista Miguel Nicolelis alerta sobre os riscos da Inteligência Artificial para o cérebro humano e apresenta o conceito “Nina” — “nem inteligente, nem artificial” — criticando a dependência crescente das máquinas no pensamento humano.

Ryan Davi

10/9/20252 min read

Neurocientista brasileiro apresenta o conceito “Nina” e critica a dependência crescente das máquinas no pensamento humano

Por Redação Nation POP | 08/10/2025 – 20h12

Durante sua participação no evento Despertar 2025, o renomado neurocientista Miguel Nicolelis fez um discurso contundente sobre os impactos da Inteligência Artificial (IA) no cérebro humano. Conhecido mundialmente por suas pesquisas em neurociência e interfaces cérebro-máquina, Nicolelis classificou a IA como “um dos maiores engodos da humanidade”.

O cientista apresentou um conceito criado por ele, chamado “Nina” — sigla para ‘nem inteligente, nem artificial’, que, segundo ele, descreve de forma crítica as limitações desses sistemas. Nicolelis explicou que, ao contrário do que muitos acreditam, as IAs não possuem consciência nem raciocínio próprio — apenas reproduzem padrões com base em dados humanos.

“O que chamamos de inteligência artificial não tem nada de inteligente. Ela é fruto de algoritmos que simulam, mas não compreendem. Não há criatividade nem emoção no código”, afirmou o pesquisador.

A ilusão da inteligência digital

Durante sua fala, Nicolelis ressaltou que a inteligência humana é resultado de um processo biológico e evolutivo complexo — algo impossível de ser reduzido a zeros e uns. Ele alertou que a dependência excessiva das máquinas para realizar tarefas cognitivas pode levar à atrofia de habilidades mentais como memória, raciocínio e pensamento crítico.

“Ao delegarmos o pensamento às máquinas, estamos abrindo mão do que nos torna humanos: a capacidade de imaginar, criar e refletir”, pontuou.

O neurocientista também criticou o modelo econômico por trás da IA, destacando que empresas lucram com a coleta de dados e com o trabalho humano invisível usado para treinar algoritmos — o que chamou de “matéria-prima grátis”.

Além disso, Nicolelis destacou os perigos das chamadas “alucinações” das IAs, quando os sistemas inventam informações ou apresentam erros com aparência de verdade.

Um apelo à reflexão

Encerrando sua fala, o cientista fez um apelo para que a sociedade repense sua relação com a tecnologia e resista à tentação de substituir o pensamento humano por respostas automatizadas.

“As donas das inteligências artificiais têm contas bancárias exuberantes, mas quem perde somos nós — quando abrimos mão da nossa autonomia e da nossa criatividade”, declarou.

O discurso foi amplamente comentado nas redes sociais e reacendeu o debate sobre os limites éticos e cognitivos da IA, especialmente em um momento em que o tema domina o cenário tecnológico mundial.