Lula homenageia Jards Macalé e destaca legado do músico na luta contra o autoritarismo
O presidente Lula prestou homenagem ao cantor e compositor Jards Macalé, que morreu aos 82 anos no Rio de Janeiro. Considerado um dos nomes mais originais da MPB, Macalé transformou sua arte em resistência política e marcou gerações com sucessos como Vapor Barato.
Ryan Davi
11/17/20252 min read


Lula destaca importância de Jards Macalé na cultura e na resistência democrática
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizou as redes sociais nesta segunda-feira (17) para prestar homenagem ao músico, cantor e compositor Jards Macalé, que faleceu no Rio de Janeiro aos 82 anos. Conhecido por sucessos como Vapor Barato, o artista foi um dos nomes presentes na posse presidencial em 2023 e mantinha laços históricos com movimentos de redemocratização no país.
Lula destacou que a visão de mundo de Macalé aproximou os dois:
“Jards dizia que o amor é um gesto político, especialmente em tempos de ódio e intrigas. Sua arte sempre uniu política e afeto”, escreveu o presidente.
O chefe do Executivo também ressaltou que o músico transformou sua produção artística em uma “luta constante contra o autoritarismo”, além de ser responsável por algumas das obras mais marcantes da Música Popular Brasileira.
O ‘anjo torto da MPB’ e sua trajetória histórica
Nascido no Rio de Janeiro em 1943, Jards Anet da Silva iniciou sua carreira nos anos 1960, quando teve sua primeira música gravada por Elizeth Cardoso. Rapidamente se destacou pelo estilo vanguardista e pela recusa em seguir padrões comerciais, ganhando o apelido de “anjo torto da MPB”.
Seu impacto nacional explodiu em 1969, com a performance de Gotham City no Festival Internacional da Canção. Em 1972, lançou seu influente álbum Jards Macalé, consolidando seu estilo híbrido que misturava rock, samba, jazz, blues e baião.
Entre seus clássicos estão Hotel das Estrelas, Mal Secreto, Anjo Exterminado e o eterno Vapor Barato, regravado por artistas como Gal Costa, Maria Bethânia e O Rappa.
Bethânia, amiga pessoal, publicou: “Meu amor, meu amigo… Fará muita falta neste mundo.”
Legado marcado pela liberdade criativa
Macalé foi parceiro de nomes como Waly Salomão, Vinicius de Moraes, Torquato Neto e José Carlos Capinan, construindo uma obra marcada pela experimentação e pela defesa incondicional da liberdade artística. Sua postura o aproximou de figuras como Luiz Melodia, igualmente avesso às imposições da indústria musical.
A morte de Jards Macalé deixa uma lacuna na cultura brasileira, mas seu legado permanece vivo na história da música e na resistência artística que inspirou gerações.
