Israel acusa Hamas de romper acordo ao devolver apenas quatro corpos de reféns
Israel denuncia violação do acordo por parte do Hamas após entrega de apenas quatro corpos de reféns, elevando tensão no frágil cessar-fogo.
Ryan Davi
10/14/20252 min read


Israel acusa Hamas de quebrar acordo ao devolver apenas quatro corpos de reféns
O governo de Israel acusou o grupo Hamas de violar o recente acordo de cessar-fogo ao anunciar, nesta segunda-feira (13), a entrega de apenas quatro corpos de reféns israelenses, quando o combinado previa a devolução de 28 vítimas.
Segundo o braço armado do Hamas, as Brigadas Al-Qassam, os corpos de Guy Illouz (26 anos), Yossi Sharabi (53), Bipin Joshi (24) e Daniel Peretz (22) seriam repassados à Cruz Vermelha para retorno a Israel. O Exército israelense confirmou ter recebido a notificação sobre os quatro corpos e informou que 20 reféns vivos foram libertados pela manhã.
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, classificou o ato como uma violação do acordo e afirmou que o país “reagirá se houver comprovação de atraso intencional”. Já o porta-voz militar, Brigadeiro-General Effie Defrin, disse que “Israel continuará pressionando até que todos os reféns retornem para suas famílias”.
O Hamas, por sua vez, alegou não saber o paradeiro de alguns dos corpos e defendeu a participação de uma entidade internacional nas buscas. As famílias dos reféns se manifestaram indignadas, afirmando que a devolução parcial representa “um flagrante descumprimento do acordo” e pedindo ações imediatas do governo israelense e dos mediadores.
Por que o caso é importante
O episódio reacende as tensões no delicado processo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, que tenta encerrar dois anos de guerra sangrenta desde os ataques de 7 de outubro de 2023.
A devolução dos corpos faz parte de um acordo humanitário mediado por Egito, Catar e Estados Unidos, que previa a libertação de reféns vivos e a recuperação dos mortos em troca da suspensão temporária das ofensivas israelenses.
A entrega parcial mina a confiança entre as partes e pode colocar em risco o frágil cessar-fogo. Para Israel, o gesto do Hamas é interpretado como um sinal de má-fé e uma possível tentativa de ganhar tempo político. Para o Hamas, a dificuldade em localizar os corpos reflete o caos interno em Gaza após meses de bombardeios e destruição.
O impasse reacende o temor de novas escaladas militares, especialmente se Tel Aviv entender o ato como provocação direta. Ao mesmo tempo, pressiona os mediadores internacionais, que tentam evitar o colapso total das negociações.