Governo lança novo modelo de crédito imobiliário com financiamento de até 80% do valor do imóvel

Mudança amplia teto para imóveis financiados e promete injetar mais de R$ 100 bilhões no setor habitacional nos próximos anos

O governo federal anunciou nesta sexta-feira (10) um novo modelo de empréstimos para a compra da casa própria, com o objetivo de ampliar o acesso ao crédito imobiliário e estimular a construção civil.

A principal novidade é o aumento do valor máximo dos imóveis financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que passa de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões. Além disso, a Caixa Econômica Federal voltará a financiar até 80% do valor dos imóveis por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).

Segundo o Palácio do Planalto, a medida pretende beneficiar especialmente a classe média, que nos últimos anos enfrentava dificuldades para acessar crédito habitacional em condições acessíveis.

💰 Mais crédito e menos restrições

De acordo com o Banco Central, o novo modelo permitirá liberar R$ 111 bilhões em recursos no primeiro ano, sendo R$ 52,4 bilhões adicionais para o financiamento habitacional — R$ 36,9 bilhões de forma imediata.

Hoje, 65% dos recursos da poupança precisam ser destinados obrigatoriamente ao crédito imobiliário, 15% ficam livres para outras operações e 20% são retidos pelo Banco Central como depósitos compulsórios. Com a mudança, até 5% dos saldos da poupança poderão ser usados diretamente em operações de crédito, reduzindo a necessidade de retenção no BC.

O governo também prevê que, ao longo do período de transição — até janeiro de 2027 —, essa obrigatoriedade de direcionamento seja gradualmente extinta, liberando mais recursos para o setor.

🏗️ Impacto na economia e geração de empregos

Para o ministro das Cidades, Jader Filho, a nova linha de crédito vai impulsionar o mercado imobiliário e gerar empregos diretos na construção civil. Ele destacou que a Caixa poderá financiar 80 mil novos imóveis com juros abaixo da taxa básica da economia, estimada em 15% ao ano.

“O objetivo é atender famílias da classe média que ficaram sem opções de crédito acessível. Essa faixa estava no meio do caminho: sem condições de entrar no Minha Casa Minha Vida e sem renda suficiente para suportar os juros de mercado”, afirmou.

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçou que a ampliação do uso da poupança não deve elevar as taxas de juros dos financiamentos, já que haverá mais liquidez disponível no sistema financeiro.

🏦 Transição até 2027

Durante o período de transição, o governo vai reduzir gradualmente o volume dos compulsórios, permitindo que os bancos utilizem até 15% dos depósitos hoje retidos no BC. A expectativa é que o modelo esteja em plena vigência a partir de janeiro de 2027.

Especialistas do setor avaliam que a medida deve trazer um novo fôlego ao mercado imobiliário, ampliando a oferta de crédito e incentivando o investimento na construção de novas moradias.