Declarações de Trump sobre Lula na ONU geram repercussão entre aliados e oposição
Trump surpreende ao falar positivamente sobre Lula na ONU e anunciar possível encontro. Reações dividem bolsonaristas, Centrão e imprensa internacional.
Wesley Baldom
9/23/20252 min read


As falas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a abertura da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, nesta terça-feira (23), movimentaram tanto os bastidores da política brasileira quanto a imprensa internacional.
Logo após Lula discursar, Trump afirmou ter se encontrado rapidamente com o petista e relatou uma conversa amistosa. “Ele pareceu ser um homem muito legal. Gostou de mim, eu gostei dele. Tivemos ao menos 39 segundos de uma química excelente”, disse o republicano em tom descontraído, revelando ainda que ambos combinaram um encontro para a próxima semana.
Reação entre bolsonaristas
A declaração de Trump surpreendeu parte da base bolsonarista, que buscou minimizar a aproximação entre os dois presidentes. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por exemplo, afirmou que a postura do republicano apenas reforça sua habilidade de negociador. “Ele entra na mesa quando quer e na posição que quer. Outros líderes, como Lula, assistem de longe, sem capacidade de influenciar”, escreveu nas redes sociais.
Na mesma linha, o blogueiro Paulo Figueiredo destacou que Trump foi “estrategista”, ao criticar o cenário político brasileiro e, ao mesmo tempo, demonstrar cordialidade com Lula. Segundo ele, a mensagem foi clara: os Estados Unidos continuam sendo centrais para o futuro do Brasil.
Implicações políticas no Brasil
Entre integrantes do Centrão, o discurso do norte-americano foi interpretado como um sinal de que a interlocução com a Casa Branca não se restringe apenas a aliados de Jair Bolsonaro. Para parlamentares e ministros do governo, a fala de Trump abre espaço para uma agenda mais ampla de diálogo entre Washington e Brasília.
Repercussão internacional
A imprensa estrangeira também repercutiu o episódio. O Washington Post relembrou as críticas recentes de Trump ao Brasil, enquanto o New York Times ressaltou que foi a primeira vez que o republicano sinalizou positivamente em relação ao país desde a crise diplomática que abalou as duas nações. Já o britânico The Guardian destacou que, “inesperadamente, o presidente americano deixou a porta aberta para uma possível reconciliação com Lula”.
Próximos passos
Apesar da declaração pública, fontes do Itamaraty afirmam que ainda não há confirmação oficial de uma reunião entre Lula e Trump. Caso o encontro se concretize, poderá representar um novo capítulo nas relações entre Brasil e Estados Unidos em meio a um cenário político marcado por sanções, disputas judiciais e debates sobre democracia.