CEO do Mercado Livre diz que promoções em datas duplas vieram para ficar no varejo brasileiro
Fernando Yunes afirma que campanhas como o 11/11 impulsionam vendas e aceleram a migração dos consumidores para o comércio eletrônico, mas reforça que a Black Friday continua sendo a data mais forte do país.
Ryan Davi
11/29/20252 min read


As grandes campanhas promocionais que surgem em datas de números repetidos, como o 11/11, não são passageiras no mercado brasileiro — e devem ganhar cada vez mais espaço no calendário nacional. A avaliação é de Fernando Yunes, CEO do Mercado Livre no Brasil, em entrevista ao CNN Money nesta sexta-feira (28).
Segundo o executivo, o desempenho da plataforma nessas datas surpreendeu até a empresa:
“Vendemos no 11/11 mais do que vendemos na Black Friday de 2024. As datas duplas vieram para ficar. Elas movimentam o setor e ajudam a levar mais consumidores do físico para o digital.”
Apesar disso, Yunes enfatiza que a Black Friday mantém a liderança absoluta entre os eventos de compras no país. Para ele, é pouco provável que outra data a ultrapasse tão cedo — mas algumas podem empatar em relevância com o tempo.
Tecnologia e IA como motor de crescimento
Yunes também comentou que a companhia está ampliando o uso de inteligência artificial para melhorar a experiência de compra. A tecnologia já é aplicada há mais de uma década em áreas como prevenção a fraudes, logística e concessão de crédito, mas agora começa a chegar diretamente ao consumidor:
“A fase atual é colocar a IA na interface com o cliente, ajudando na navegação, personalização e recomendações. Muita coisa nova está programada.”
Impacto do Pix e expansão de categorias
Para o CEO, o Pix foi um divisor de águas para o e-commerce brasileiro, reduzindo custos e acelerando a compensação de pagamentos, o que melhora a experiência do usuário e aumenta a conversão de vendas.
O Mercado Livre também aposta na expansão para setores como eletrodomésticos, supermercados e farmácias. Yunes revelou que a empresa já adquiriu uma farmácia para testes e negocia com a Anvisa mudanças regulatórias para ampliar esse mercado dentro da plataforma.
E-commerce ainda tem muito espaço para crescer
Hoje, apenas 15% do varejo brasileiro está no ambiente online. Com isso, Yunes acredita que o setor seguirá crescendo de forma sustentável, e o Mercado Livre continuará ampliando participação em diversas categorias.
