Carol de Toni é sondada pelo Novo para disputar o Senado após impasse no PL em SC

A deputada federal Caroline de Toni (PL-SC) pode trocar de legenda antes das eleições de 2026. O partido Novo convidou oficialmente a parlamentar para disputar uma vaga no Senado Federal, após o PL sinalizar que pode apoiar a reeleição do senador Esperidião Amin (PP-SC) em coligação com o Progressistas.

O convite surge em meio a uma reconfiguração da direita catarinense. Aliada próxima da família Bolsonaro, Carol de Toni perdeu espaço dentro do PL após o anúncio de que Carlos Bolsonaro (PL-RJ) pretende transferir seu domicílio eleitoral para Santa Catarina, onde deve concorrer também ao Senado. A mudança, prevista para ocorrer até dezembro, deve incluir a renúncia de seu cargo de vereador no Rio de Janeiro e fixação em São José (SC).

Nos bastidores, chegou-se a discutir uma dobradinha entre Carlos Bolsonaro e Carol de Toni, ambos pelo PL, mas o acordo de bastidor com o PP — que apoia a reeleição do governador Jorginho Mello (PL-SC) — inviabilizou a formação dessa chapa.

Em entrevista à rádio Princesa, de Xanxerê, Carol de Toni deu um ultimato ao partido. “Até março, quando abrir a janela partidária, espero resolver isso dentro do meu partido. Se eu não conseguir, vou buscar outro para concorrer”, afirmou. A deputada, que entrará em licença-maternidade nas próximas semanas, pretende definir seu futuro político até o início de 2026.

Novo mira fortalecimento nacional

O Novo enxerga na deputada uma oportunidade estratégica para fortalecer sua presença no Congresso e alcançar a cláusula de barreira, que determina o acesso aos recursos do fundo partidário e ao tempo de propaganda eleitoral. O partido vê em De Toni um nome de projeção nacional e influência entre os eleitores conservadores, capaz de repetir o desempenho de parlamentares como Ricardo Salles (Novo-SP) e Marcel van Hattem (Novo-RS).

Internamente, a legenda aposta que uma candidatura da deputada ajudaria a impulsionar o desempenho das chapas estaduais, principalmente nas regiões Oeste e Norte do estado, onde Carol mantém forte base eleitoral e apoio de prefeitos e empresários locais.

Disputa acirrada no Senado catarinense

A corrida pelas duas cadeiras do Senado promete ser uma das mais competitivas de 2026. Além de Carol de Toni e Carlos Bolsonaro, o nome de Esperidião Amin é dado como certo na disputa. O governador Jorginho Mello, por sua vez, tenta equilibrar alianças para garantir maioria no Congresso e preservar sua base de apoio.

Analistas políticos destacam que o cenário catarinense reflete uma tendência nacional de fragmentação da direita, marcada por disputas internas entre o bolsonarismo raiz, o PL tradicional e as siglas menores que buscam espaço, como o Novo.

Com a possibilidade real de mudança partidária, Carol de Toni passa a ser uma das figuras mais observadas da política catarinense. Caso aceite o convite, poderá transformar o Novo em protagonista de uma eleição-chave para o Senado e alterar o tabuleiro político da região Sul.