Caças russos invadem espaço aéreo da Estônia e são interceptados pela Otan

Incidente no Báltico aumenta tensão entre Rússia e aliados; Estônia aciona Artigo 4 da Otan e Moscou nega violação.

Wesley Baldom

9/20/20252 min read

Na última sexta-feira (18), três aviões militares russos entraram no espaço aéreo da Estônia, em um episódio que aumentou a tensão na região do Báltico. De acordo com fontes europeias e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a incursão durou cerca de 12 minutos e terminou após a intervenção de caças italianos, suecos e finlandeses que participavam da operação Sentinela Oriental.

Segundo o primeiro-ministro estoniano, Krisen Michal, as aeronaves russas acabaram sendo “forçadas a recuar”. Já a ministra das Relações Exteriores da Estônia, Margus Tsahkna, classificou a ação como uma “audácia sem precedentes”, lembrando que esta foi a quinta violação russa do espaço aéreo do país somente em 2025.

“A agressividade crescente da Rússia deve ser respondida com mais pressão política e econômica”, disse Tsahkna.

O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, elogiou a prontidão da aliança e chamou a resposta de “rápida e decisiva”.

Estônia aciona Artigo 4 da Otan

Após o incidente, o governo estoniano pediu consultas formais com base no Artigo 4 do tratado da Otan, que prevê reuniões do Conselho do Atlântico Norte quando a integridade territorial ou a segurança de um país-membro estiver em risco. A reunião deve ocorrer no início da próxima semana.

Moscou nega violação

O Ministério da Defesa da Rússia rejeitou as acusações, afirmando que os caças seguiam em “estrita conformidade com as normas internacionais”, sobrevoando apenas águas neutras do Mar Báltico. Moscou explicou que as aeronaves se dirigiam para a região de Kaliningrado, negando qualquer invasão do espaço aéreo da Estônia.

Reações internacionais

A repercussão foi imediata entre líderes europeus. A presidente da Comissão Europeia, Kaja Kallas, chamou o episódio de “provocação perigosa” e reforçou que a União Europeia apoiará o fortalecimento das defesas na região.

O Reino Unido defendeu a aplicação de novas sanções econômicas contra o Kremlin. Já o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que a violação faz parte de uma “campanha sistemática da Rússia contra a Europa e contra a Otan”.

Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump declarou que o incidente “pode se tornar um grande problema” e manifestou preocupação com as provocações russas.

O episódio ocorre em meio a uma série de tensões recentes, incluindo o uso de drones russos que já haviam atravessado os espaços aéreos da Polônia e da Romênia neste mês, levando os aliados da Otan a reforçar a vigilância no flanco leste da aliança.