Brasília sedia rodada decisiva de negociações climáticas antes da COP30 em Belém

Reunião com representantes de 67 países busca consenso sobre metas ambientais e financiamento climático; Marina Silva pede foco em ações concretas.

Brasília se tornou o centro das atenções globais nesta semana ao sediar a última rodada de negociações climáticas antes da COP30, que será realizada em Belém (PA) no próximo ano. O encontro reúne ministros e negociadores de 67 países com o objetivo de avançar em consensos e alinhar estratégias para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Do lado de fora do centro de convenções, ativistas do Greenpeace e representantes da sociedade civil cobraram ações concretas e maior ambição dos líderes mundiais. Dentro das salas de debate, o clima também foi de urgência. O secretário executivo da Convenção da ONU sobre Mudança Climática, Simon Stiel, destacou que a ciência exige respostas imediatas e conectadas ao cotidiano das pessoas.

“Precisamos agir agora, com medidas reais e acessíveis a todos”, afirmou Stiel na abertura do encontro.

💬 Foco em metas e financiamento climático

Entre os principais temas discutidos estão a redução de emissões e o financiamento internacional para apoiar países em desenvolvimento a se adaptarem ao aumento da temperatura global. O governo brasileiro, que presidirá a COP30, busca fortalecer compromissos assumidos em conferências anteriores e garantir apoio financeiro internacional para implementação das metas.

Os Estados Unidos não enviaram representantes para esta etapa das negociações, fato que gerou críticas discretas entre os participantes.

O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, ressaltou a importância de manter o diálogo aberto e evitar impasses.

“Nosso objetivo é garantir que a COP30 comece com boa vontade entre todas as partes, sem bloqueios ou disputas que atrapalhem o avanço das negociações”, disse.

🌱 Marina Silva pede “mutirão global” pela implementação

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defendeu que a COP30 seja marcada pela execução prática dos compromissos já firmados nas edições anteriores.

“A COP30 deve ser um grande mutirão de implementação dos acordos já alcançados. Será o ponto de partida para novos caminhos e maneiras de agir”, afirmou, citando o poeta amazônico Thiago de Melo.

A expectativa é que o encontro em Brasília defina as bases políticas e técnicas para a conferência em Belém, considerada uma das mais importantes da história recente por ocorrer no coração da Amazônia — símbolo mundial da luta climática.